Amor e Morte dos Sem Abrigo
Lilian vivia encontrada num beco escuro com gatos e caixotes do lixo cheios; entra caixas de cartão das grandes superfícies comerciais e cobertores da Associação de Apoio ao Sem Abrigo fazia a sua casa, sua cama, seu quarto de amásia, na eterna espera do dia enamorado que a faria sair dali.
Morreu na noite de Natal, quando os sinos da igreja de Sta. Catarina badalaram a noite-meia e o primeiro floco de neve caía no topo do edifício da Câmara Municipal.
Enregelada, os cobertores e cartões a tiritar de frio. Pequena vela ardida ao lado e lábios roxos e pés comidos pela gangrena, mãos entre as pernas, posição fetal.
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