Saturday, February 05, 2005

Quatro Parágrafos

Da janela do quarto onde estou vejo um pequeno olival, com florescentes trevos e fetos. Um pouco acima está uma escola primária, o seu recreio onde se experimentam os primeiros palavrões. À volta da escola estão prédios enormes, modernos, que contrastam com a simplicidade arquitectónica, uma qualquer que foi uniformizada pelo país inteiro há cinquenta anos atrás; branca e amarela.

Doloroso é quando ouvimos uma música tão intensa, não só para nós, que a vocalista chora a cantar. E o mais estranho é que parece que ela chora conosco e por nós e por ela, e cria-se uma simbiose absurdamente grande entre nós. Dá vontade de consolar e sermos consolados; o mais estranho é que não sabemos do quê. Carência? Saudades? Se calhar de tudo isso e mais algumas coisinhas que nos roem um pouco

Há um título, "Tudo é para sempre..." Pensava que era o inverso, mas não é. Porque tudo fica mesmo para sempre. Pode ser bom. Pode ser mau. Acho que simplesmente é; temos que viver com isso.

Hoje de manhã tive um sonho bom, acordei de mansinho, dentro dos lençóis.

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