Óculos de Sol Sinápticos
Hoje o dia acordou de sol; ficou tímido lá para meio da manhã e escondeu-se atrás das nuvens.
Hoje a minha internet está nmuito rápida; já saquei seis álbuns novos.
Sinto que ainda não acordei bem, que ainda me encontro no dia de ontem. Tenho tido os mesmo problemas de sono e sonhos, someço a perceber a sensação de quem me dizia que acordava mais cansada do que quando se deitava. Hoje sinto-me assim, totalmente subtraído de mim; a soma foi para os sonhos que tomaram conta da noite que seria de descanso.
A música tem-me ajudado, como sempre a manter esta disposição estranha com que fico nestes dias. Duas bandas sonoras, fenomenalmente organizadas e inteligentemente colocadas no "Repeat All" do iTunes. A do "Garden State" e a do "Before Sunset /Before Sunrise". Parece que este fim de semana vai tudo dar à vaca fria, mas ainda não me recompus bem daquilo que vi, sozinho no quarto, quarta-feira.
A disposição, a ausência de sono, o excesso de sonhos, anda tudo ligado: ao filme, ao fim de uma fase de quatro anos de inutilidade absoluta. Vejo o fim e um novo início. Abri a janela da sala de onde escrevo e à minha frente há um pequeno olival, onde pássaros chilreiam.
Levei um pontapé e estou a dar uma cambalhota, quase como se estivesse dentro de um carro a capotar e não soubesse quando irá ele parar. Sei que quando sair vou ficar bem, estou bem; isso eu sei, mas o capotanço é tão longo, não haverá forma de o travar? Nos solavancos não acerto com os pedais nem com o travão de mão, tenho apenas que esperar. Esperar para sair pela janela do lado de lá.
De repente dei por mim a ficar nostálgico; as matreirices hormonais primaveris funcionam hoje de forma perversa, ao invés de darem para a alegria desmedida, dão para uma tristeza infindável, uma saudade que me aperta o peito por estar apartado de quem mais tenho saudades. E tudo isto tão junto, com o refrão do "The Human Pump" do Harald Waiglein.
Sinto que tenho estampado aquele sorriso de tristeza de tempos passados.
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