Tuesday, June 28, 2005

Há títulos que não sabemos dar...

Lembro-me de mim sentado numa mesa a conversar e a fumar. Não exactamente a fumar, mas a enrolar um cigarro. Vi a minha noite a passar como se dela não tivesse feito parte, quase como um filme que gosto de ver e vejo repetidas vezes. Não pela conversa que estava a ter, não pela música, mas pelo ambiente, pelo amigo que comigo estava. Só que desta vez não foram só dois dedos de conversa e uma mão de amizade. Os dedos perdi-lhes a conta e a mão transformou-se em abraço.

Para despedida soube bem a noite cálida da qual agora acordei. A conversa não muito interessa, interessa a intensidade do olhar, uma fracção de segundo a dizer: "Sabes que podes contar comigo."

Para despedida não há melhor; quando entrei no carro estava a dar um programa de heavy metal. Desliguei e fui no silêncio. Mas quase jurava que perto de casa ouvi o Camané: "Adeus que me vou embora/Adeus que me vou embora..."

E fui.

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