A mulher mais gorda do mundo e outras histórias de Berlim
Ontem fui ao pão. Estou a tornar-me uma pessoa muito saudável e bem disposta; realmente o género de pessoas a quem a vida lhes sorri e nós sorrimos de volta, naturalmente. Fui ao pão e não vi nada. Mau, pensei, quem é que deixou o elefante na padaria? Afinal o paquiderme que se afiançava aos pães era uma mulher, a mulher mais gorda do mundo.
Toda ela se agitava em gordura, em roscas de gordura destilada e transparente. Continuar a descrever seria ofensivo. Pedia mais um pão, um bolo, uma bola de Berlim – ou não estivéssemos em Berlim – qualquer coisa para o cão. Enfim, deixou lá dez euros. E com as suas roscas a abanicar saiu da loja, a muito custo, com a respiração asmática devido à gordura que lhe oprime os pulmões.
E aí tudo se resolveu. Dei um passo em frente, pedi o que queria em inglês. E no final ganhei um sorriso e um piscadela de olho. Ainda bem que a mulher mais gorda do mundo estava lá para eu depois poder ganhar umas polidelas de ego.
Alguns dias antes; andava a fazer o reconhecimento da zona onde estava sitiado. Passei por um barbeiro turco. E o que é que o barbeiro turco tem diferente dos outros barbeiros? Aparentemente nada, mas tem. Faz o corte de cabelo turco especial, aquele que mais nenhum povo europeu u asiático consegue fazer. O corte de cabelo turco segue parâmetros muito exactos e há o corte de cabelo turco para o papá para os filhotes e até para a mamã, embora este último não se veja devido ao véu que lhe cobre a cabeça. Querem saber como é? Vejam os jogos da Liga dos Campeões que envolvam equipas turcas.
Vi, há duas noites atrás, a polícia a repreender veementemente alguns jovens turcos que se envolviam em desacatos com outros habitantes do bairro. Começou por ser apenas um grupo de quatro adolescentes e um adulto para acabar por ser os quatro adolescentes, dois adultos e uma valente matrona – não, não era a mulher mais gorda do mundo – a reclamar com a polícia. Tudo por causa do hip-hop turco intervencionista contra os malandros dos alemães que os tratam mal e até os deixam viver nas suas cidades. Conversa de reaccionário? Ná, era o que o hip-hop dizia.
Pior; a pior história de todas. Estava eu num parque, bandulho cheio e refastelado quando me dei pelo terrível facto: estou na Alemanha há quase duas semanas e ainda não bebi uma cerveja.
Devias ter vergonha Miguel Ceia.
4 Comments:
nao sei pq mas tens a mania q te estao sempre a piscar o olho, o teu ego ja esta polido ate de mais pelos vistos.
quanto a cerveja devias te ir esconder debaixo de uma poça de agua. na holanda nao te esqueceste do interesse nacional.
gostei deste post...não sei dizer exactamente porquê mas gostei! foi agradável a leitura (é o máximo que posso dizer).
essa da cerveja é que roça o grave, ai roça roça
: )
quer dizer, mal não há-de fazer, não é?
[]
p.s. e a miúda da padaria, valia a pena? ou não era uma miúda?!!
; )
já agora:
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1228106&idCanal=14
[]
GÉNERO DE PESSOA QUE SÓ SE SENTE BEM COM A DESGRAÇA DE OUTROS.A PROPÓSITO NÃO PENSASTE AFOGAR-TE EM CERVEJA. PENA. MULHER MAIS GORDA DO MUNDO.
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